Bariloche é um dos principais destinos de inverno da América Latina. Na Patagônia Argentina, próxima à Cordilheira dos Andes, essa cidade é muito frequentada por brasileiros e turistas de várias nacionalidades em busca de frio e neve. Para chegar em Bariloche, é preciso pegar um voo doméstico em Buenos Aires, no Aeroparque Jorge Newbery. Porém, esse é o aeroporto para voos nacionais, e nós brasileiros desembarcamos em outro aeroporto, o Internacional Ministro Pistarini, ou Ezeiza. E os dois aeroportos distam muito entre si. As principais maneiras de se deslocar entre os aeroportos são: Uber (aprox. 600-700 pesos o trecho) e transfer da Tienda Manuel León (380 pesos o trecho). Há praticamente um ônibus a cada 30 min interligando os aeroportos, numa viagem de cerca de uma hora e dez minutos. Se você comprou todas as passagens pela Aerolíneas Argentinas, o transfer é gratuito. Como fui de Recife para Buenos Aires de Gol e depois peguei o voo da Aerolíneas, consegui uma redução de 50% no valor do transfer.
Do aeroporto de Bariloche até o centro da cidade, há duas principais opções de transporte: táxi ou remis. Na chegada fui de táxi e no retorno, de remis, pois como os taxistas da Argentina não tem uma fama muito boa entre os turistas, achei que o valor do táxi tinha sido salgado, mas o do remis foi bem mais caro.
A melhor área para se hospedar em Bariloche é o centro ou próximo a ele. Há alguns resorts fora da cidade, mas além de muito caros, são distantes do centro e não dá para vc se deslocar a pé até lá, tendo que gastar táxi todos os dias de sua estadia. Me hospedei no Hotel Kilton, que fica bem perto do centro, de supermercados e de restaurantes, inclusive o mais famoso de Bariloche, El Boliche de Alberto.
No centro da cidade tem muitas coisas para se conhecer, como o Centro Cívico, onde estão a prefeitura, o museu patagônico, a secretaria de turismo, e uma praça, as lojinhas de artesanato e a Catedral. Em Bariloche há inúmeras chocolaterias artesanais como a Mamuschka, Rapanui, DelTurista, dentre outras. Há chocolates para todos os gostos e bolsos. Tbm é possível tomar chocolate quente e chocognac, uma bebida à base de conhaque e chocolate quente.
Centro Cívico
Prefeitura de Bariloche
Acima, fachada do Museu de la Patagonia, e abaixo cliques dentro do museu
As famosas chocolaterias de Bariloche
Catedral Nuestra Señora del Nahuel Huapi
Mas para ver neve e as belíssimas paisagens naturais ao redor do Lago Nahuel Huapi, é necessário contratar excursões, ou alugar um carro. Fiz todos os passeios nos arredores de Bariloche pela Turisur: Circuito Chico e Cerro Catedral, Puerto Blest e Cascada de los Cántaros, Isla Victoria e Bosque de Arrayanes, Villa La Angostura e Cerro Bayo. Segue o tarifário da Turisur em 2018:
CIRCUITO CHICO E CERRO CATEDRAL
O circuito chico é o tour clássico pelos arredores de Bariloche, parando em miradores do Lago Nahuel Huapi, e no Cerro Campanario, no famoso Hotel Llao Llao (não é permitido parar para fotografar), Fábrica de perfumes e chás de rosa mosqueta. O circuito dura uma manhã inteira, e você pode subir no Cerro Catedral pela tarde, pagando uma taxa complementar. No Cerro Campanario não há neve, pois ele é baixo comparado com os demais (1050m de altitude), mas a subida de cadeirinha (aerosillas) entre a vegetação exuberante e a vista de lá do alto fazem o passeio valer a pena. Já no Cerro Catedral (2.405m) tem neve. A subida é de teleférico. É uma estação de esqui muito procurada no inverno, e lota durante a manhã. O circuito grande é feito nas demais estações do ano, quando, com as estradas sem neve, fica mais fácil visitar outros pontos de interesse ao redor da cidade.
Acima e abaixo, vistas do lago Nahuel Huapi, dos miradores ao longo do circuito chico
Fábrica de produtos à base de rosa mosqueta
Vistas do Lago Nahuel Huapi, do alto do Cerro Campanario
Fotos do Cerro Catedral
PUERTO BLEST E CASCADA DE LOS
CÁNTAROS
Alguns dos passeios nos arredores de Bariloche incluem a navegação pelo Lago Nahuel Huapi. Os barcos partem de Puerto Pañuelo em direção a Puerto Blest e Cascáda de Los Cántaros, e a Isla Victoria e Bosque de Arrayanes. A navegação é bem tranquila, pois as águas do lago são bem calmas. As janelas das embarcações são fechadas com vidro e há sistema de calefação, mas é possível acessar áreas externas do barco, onde o frio e o vento são congelantes. Em Puerto Blest há um lindo e antigo hotel. O tour segue até o Lago Frías, em Puerto Alegre, na fronteira entre Argentina e Chile, onde há uma opção de passeio de barco nesse lago. Além disso, há embarcações que fazem o cruce andino, ou a travessia entre os países. É a Cordilheira dos Andes que demarca o limite entre os dois países, a partir de um estudo feito pelo Perito Francisco Moreno em 1897. Quem não fizer esse passeio, tem tempo livre para caminhar por Puerto Alegre e Puerto Blest apreciando as paisagens naturais e desfrutando de um almoço tradicional no hotel. Em seguida, pegamos um barco até a Cascada de Los Cántaros. Há uma extensa escadaria de madeira, com três mirantes para as quedas d'água. Ao final do passeio, o barco retorna a Puerto Pañuelo e o transfer nos leva de volta ao centro da cidade.
Navegação pelo Lago
Hotel em Puerto Blest
Alguns cliques por Puerto Blest
Acima e abaixo, Lago Frías em Puerto Alegre
Alguns cliques da Cascada de Los Cántaros
ISLA
VICTORIA E BOSQUE DE ARRAYANES
Também a partir de Puerto Pañuelo, saem barcos para a Isla Victoria e Bosque de Arrayanes. Parte da Isla Victoria foi convertida em uma área de cultivo experimental de plantas de todo o mundo. O experimento, do início do século passado, foi encerrado alguns anos depois. A área tornou-se um parque natural, e lá há vestígios de pintura rupestre do povo Mapuche. Já o Bosque de Arrayanes se destaca pela grande quantidade dessa árvore, parente da nossa jabuticaba. Lá se encontra a casita de Bambi, e reza a lenda que Walt Disney teria se inspirado nessa paisagem para criar o filme Bambi. Sendo verdade ou não, é uma paisagem linda e o passeio vale muito a pena.
A tradicional embarcação Modesta Victoria, que nos leva até a Isla Victoria e Bosque de Arrayanes
Alguns cliques pela Isla Victoria
Pinturas rupestres na ilha
Acima, bosque de Arrayanes e abaixo, La Casita de Bambi
VILLA
LA ANGOSTURA E CERRO BAYO
Villa La Angostura é um vilarejo localizado na Província de Neuquen, vizinha à Província de Río Negro, onde Bariloche está localizada. Na Villa é possível apreciar a paisagem da margem Noroeste do Lago Nahuel Huapi. Assim como degustar a truta patagônica, churrasco (parrilla), chocolates artesanais, e também, visitar lojinhas de artesanato. Nesse tour tbm podemos subir no Cerro Bayo, que tem 1.782m de altura. Quando subi, nevava muito e eu não estava com roupa impermeável. Quando a neve começou a derreter no contato com o calor do meu corpo, a sensação não foi das melhores rsrs especialmente pq fazia -2ºC. Então, se vc vai subir em algum cerro num dia de muita chuva ou muita neve, alugue roupas impermeáveis. O Cerro Bayo é bem menos procurado que o Catedral, por ser bem mais distante de Bariloche. Mas é muito mais bonito que o Cerro Catedral!
Alguns cliques por Villa La Angostura
Alguns cliques pelo Cerro Bayo
É isso aí pessoal, espero que tenham gostado das minhas dicas de Bariloche. Viajei só e lá é super seguro para viajantes mulheres individuais. Tome cuidado apenas na hora de trocar dinheiro, só há uma casa de câmbio oficial na cidade, na Calle Mitre. Cambistas irão abordar você na rua oferecendo cotações mais favoráveis, mas não são confiáveis. Então fora isso, a cidade é super segura, inclusive dá para caminhar à noite e de manhã cedinho (quando ainda está tudo escuro) sem medo. Abraços!!
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