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Egito: turismo no berço de uma das primeiras civilizações do mundo, parte I





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O Egito, ou República Árabe do Egito, está localizado em grande parte no nordeste da África, mas também inclui uma parte na Ásia, tornando-o um país transcontinental. É um dos países mais populosos do mundo, com sua população concentrada principalmente às margens do Nilo. Sua capital, Cairo, é a mais populosa cidade do continente africano, com cerca de 20 milhões de habitantes! É uma das civilizações mais antigas do mundo (10.000 anos a.C.), tendo sido responsável pela construção de alguns dos monumentos mais conhecidos do mundo, como as pirâmides de Gizé e a Grande Esfinge. É um importante sítio de estudo arqueológico, com tantas coisas ainda a se descobrir!! O turismo é a principal atividade econômica do Egito, empregando cerca de 12% da classe trabalhadora.
Tendo em vista tamanho patrimônio histórico, arquitetônico e cultural, o Egito é um dos destinos turísticos mais sonhados por viajantes aventureiros de todo o mundo. Muitas pessoas têm medo de viajar para esse país, em especial mulheres que viajam sozinhas. Mas a minha experiência nesse viagem foi simplesmente espetacular e recomendo a todos que sonham em conhecer o Egito que o façam sem medo.
Em primeiro lugar, é preciso fazer um bom planejamento! É preciso pesquisar pacotes e excursões em empresas de confiança para ir ao Egito com hospedagem, passeios e alimentação incluídos. Não é como na Europa ou em muitos países das Américas onde você vai por conta própria, pesquisa hospedagem e sai batendo perna sozinha. Não, não pode ser assim. Tem que ir em excursão e com guia local acompanhando você em todas as atividades. Os pacotes saindo do Brasil são bem caros e resolvi pesquisar as opções saindo de Portugal. Encontrei excursões muito mais em conta, mesmo considerando o deslocamento até Lisboa. Reservei pela Logitravel um pacote de oito dias/sete noites, incluindo um cruzeiro pelo Nilo de quatro noites, conhecendo Luxor, Edfu, Assuã e Cairo, com o seguinte itinerário:
Dia 1 - Voo Lisboa - Luxor, com escalas em Barcelona e Cairo. Noite a bordo em Luxor.
Dia 2 - Cruzeiro - Vale dos Reis, Templo de Medinet Habu, Colossos de Memnon, Templo de Luxor, Templo de Karnak. Navegação até Edfu.
Dia 3 - Cruzeiro - Templo de Edfu, Templo de Kom Ombo. Navegação até Assuã.
Dia 4 - Cruzeiro - Templos de Abu Simbel*, passeio de faluca e visita ao povoado Núbio*
Dia 5 - Visita à barragem de Assuã e voo Assuã - Cairo
Dia 6 - Cairo - Visita ao local das Pirâmides de Quéfren, Quéops e Miquerinos e a Grande Esfinge; Museu aberto de Memphis e Pirâmide de Saqqara*
Dia 7 - Cairo - passeio pelos bairros muçulmano (Grand Bazar) e cristão, Cidadela do Cairo e Museu do Cairo*
Dia 8 - Voo Cairo - Lisboa, com escala em Barcelona
O pacote incluía voo de ida e volta Portugal x Egito e vôos domésticos, seguro viagem, transfers, cruzeiro de 4 noites em pensão completa (sem bebidas), 3 noites no Cairo no Oasis Pyramid Hotel com pequeno-almoço, guia de língua espanhola, visitas: Pirâmides e a esfinge no Cairo, Templo de Luxor, Karnak, Medinet Habu, Colossos de Memnon, Vale dos Reis, templos de Edfu e Kom Ombo, incluindo os bilhetes de entrada, barragem de Assuã e passeio de faluca. Os passeios que assinalei com * são opcionais e pagos à parte.
Para entrar no Egito, precisa ter visto que pode ser obtido antecipadamente no Brasil, entrando em contato com a embaixada, ou no próprio aeroporto, o que é mais simples e rápido. O visto custa 25 dólares ou 20 euros. Certifique-se de levar esse valor trocado, além de muitas moedas e bilhetes de menor valor. Não há necessidade de trocar seu dinheiro por libras egípcias, pois em todos os lugares eles aceitam dólares e euros, contanto que bem trocadinhos. Nos aeroportos do Egito, confesso que estranhei tamanho rigor nas normas de segurança. Não pode passar com água nem em voos domésticos. Qualquer tipo de calçado eles mandam tirar para passar na esteira, fazem busca pessoal revistando em alguns momentos até mesmo o cabelo rsrs e tudo isso tanto para entrar no aeroporto quanto para embarcar nos voos, ou seja, são dois controles de segurança. Em todas as atrações turísticas há inspeção de bolsas no raio x e detectores de metal, e não tem como passar sem estar com o guia, que precisa se identificar e mostrar toda uma papelada aos seguranças. Além disso, há policiais e soldados por todo o lado. Também há detector de metais nas entradas dos navios, mas muitas vezes estavam desligados.
O navio em que embarquei foi o Beau Rivage II, muito bonito e confortável, com restaurante, bar, piscinas e lojinhas. Todas as cabines tem janelas, diferente dos navios de cruzeiros marítimos. A comida servida era muito boa e bem temperada, lembrando muito a comida do norte e nordeste brasileiros, com muito cominho, coentro e pimenta. Tudo em sistema de buffet. No primeiro dia, cheguei em Luxor à noite e o transfer me levou diretamente para o navio. Não consegui comprar um chip no aeroporto, o que me deixou sem acesso à internet por três dias, até o guia conseguir comprar um chip para mim em Assuã. Não há wifi em muitos dos navios e também não há wifi nos lugares que visitamos. Então se você precisar de acesso à rede de dados, compre um chip assim que puder (custa aprox. 10 euros).
Por todo o lado, há vendedores ambulantes que lhe seguem vendendo de tudo, de água a lembrancinhas do Egito (algumas made in China, é verdade rsrs) e eles são muito, mas muito insistentes. Muitas vezes desagradáveis. Desconfie de preços muito baratos. Nada custa 1 euro ou 1 dólar, eles dão um valor baixo para que você se interesse e prontamente aumentam o preço. Só pergunte o preço de algo se realmente estiver disposta a comprar, senão terá um grande estresse.
LUXOR
O primeiro passeio em Luxor foi para o Templo de Karnak, que é dedicado ao deus Amon-Rá, o rei dos deuses e das deusas. Iniciado por volta de 2200 a.C. e terminado por volta de 360 a.C., esse templo foi o principal local de culto aos deuses de Tebas. Na sua entrada, há duas fileiras de esfinges, tipicamente encontradas em templos do Egito faraônico. Em algumas partes mais protegidas do templo, dá para ver as cores originais com que pintavam colunas e tetos.












Em seguida, conheci o Templo de Luxor. Ele começou a ser construído na época de Amenófis III, foi ampliado por Ramsés II (há várias estátuas dele na entrada do templo), mas apenas no período muçulmano foi concluído. Por isso, possui uma mesquita (Abul Hagague), sendo considerado o único monumento do mundo com características dos períodos faraônico, greco-romano, cristão e islâmico. Era um templo dedicado aos deuses Amom e Mut (esposa de Amom). Lá há também uma estátua de Tutankamon e sua esposa, Ankhesenamon, e algumas gravuras com cores ainda bem preservadas.





Mesquita









Tutankamon e Ankhesenamon



Parte das gravuras com pinturas bem conservadasA seguir, visitei o Templo Mortuário de Ramsés III, no sítio de Medinet Habu. Foi um local muito importante durante o período do Novo Reino na Necrópole de Tebas. Ainda há colunas e tetos com as cores originais, com gravuras representando a derrota dos povos do mar durante o reinado de Ramsés III. Na entrada há uma estátua da deusa da vingança e da guerra, Sekhmet, que possui cabeça de leão.








Postei essa foto com o rapaz sentado para vocês terem ideia da magnitude do templo








Nesse mesmo dia, que foi bastante puxado, também visitei o Vale dos Reis, onde estão as tumbas dos faraós. Lá, por um período entre os séculos XVI-XI a.C., foram construídas tumbas para os faraós do Império Novo, na esperança que não fossem saqueadas como as pirâmides. Infelizmente quase todas foram encontradas e saqueadas, mas as belíssimas pinturas com cenas da mitologia egípcia tão bem preservadas garantem um passeio inesquecível por esses labirintos. Essa nas fotos é a tumba de Ramsés IV. No Vale dos Reis, assim como em Abu Simbel e no Museu do Cairo, é preciso pagar um bilhete extra para poder fotografar lá dentro. Em seguida, conheci o trabalho que os egípcios fazem com o alabastro, uma pedra muito encontrada lá na região. E por fim, vi os Colossos de Memnon, duas estátuas gigantescas do faraó Amenófis III, as únicas que sobraram desse templo, destruído por cheias e terremotos. À noite, o navio seguiu para Edfu, que conheci no dia seguinte.











EDFU
Após sairmos de Luxor, subimos o Rio Nilo em direção a Edfu, passando pela eclusa de Esna. Em Edfu as principais atrações turísticas são os Templos de Edfu e de Kom Ombo. O templo de Edfu é dedicado ao Deus Hórus, aquele com cabeça de falcão. Foi construído no período ptolomaico, entre 246–221 a.C., assim como Kom Ombo. No centro do templo, há uma réplica da barca sagrada de Horus, um barco fluvial usado em festas religiosas e em funerais.




No interior do templo, a biblioteca mais antiga do mundo



O laboratório mais antigo do mundo, onde os egípcios preparavam remédios naturais; uma das poucas partes do templo em que as inscrições que não foram destruídas pelos cristãos.



Barca sagrada





Depois, visitei também em Edfu o Templo de Kom Ombo, considerado o único templo dedicado a dois deuses: Hórus (Deus dos céus, com cabeça de falcão) e Sobek (Deus da força e do poder, com cabeça de crocodilo). Nesse templo há também desenhos com os instrumentos cirúrgicos usados para mumificação e ao lado uma representação de como as egípcias davam a luz a seus bebês. Na última foto vemos o calendário mais antigo da história! À noite, o navio seguiu seu curso até Assuã.






Gravuras dedicadas ao Deus Hórus

Gravuras dedicadas ao Deus Sobek



Ilustração dos instrumentos cirúrgicos usados na mumificação e de mulheres em posição de trabalho de parto

Calendário


ASSUÃ
A partir de Assuã, saem em comboio, por questão de segurança, os passeios até os Templos de Abu Simbel. Uma caravana de ônibus e microônibus sai de Assuã às 4:00-4:30 da manhã, numa viagem pelo deserto que dura cerca de 3:30h até a atual localização desses templos, perto da fronteira com o Sudão. Todo o trajeto é feito sob escolta policial.
Os templos de Abu Simbel não foram construídos originalmente nessa região. Devido à construção da barragem de Assuã, o local original dos templos seria inundado e todo o complexo foi transportado parte por parte para o atual local, num esforço internacional sob coordenação da UNESCO. O complexo é formado por dois templos, um em homenagem a Ramsés II e outro à sua esposa Nefertari, a favorita dentre as oito esposas oficiais, que faleceu pouco tempo depois dos templos ficarem prontos, mas a tempo de conhecê-los.

Templo de Ramsés II

Alguns cliques dentro do templo de Ramsés II




Templo de Nefertari

Alguns cliques dentro do Templo de Nefertari



Na saída do templo há um bazar com várias lojinhas de artesanato com preços muito bons e com vendedores menos insistentes que nos demais lugares que visitei. Lá comprei papiro por um preço mais em conta. Ao regressar para Assuã, à tarde teve o passeio de Faluca, embarcação à vela usada para navegação em águas rasas em alguns países árabes, pelas águas do Nilo, passando pela Ilha Elefantina. Havia a opção de continuar em outra embarcação até um Povoado Núbio, chamado Nagaa Suhayl Gharb e eu resolvi fazer esse passeio. Lá visitamos uma feira com muitas lojinhas vendendo temperos, ervas e artesanato, em seguida uma tradicional casa núbia, onde provamos sua culinária típica (pão, melaço e queijo, com chá). Por fim fomos conhecer uma escola e apreciar o pôr do sol do seu alto.

Falucas










Cliques pelo povoado Núbio













Lá é possível fazer um passeio de camelo



Espero que tenham curtido as dicas e não deixem de ler a segunda parte do post, com dicas sobre o Cairo!!















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